O Santuário terrestre e as festas

22/08/2011 14:06

 O calendário religioso anual dos israelitas era marcado por diversas festas. Cada uma delas direcionava a mente do povo para os simbolismos relacionados com o plano da redenção. Apontavam para Jesus em sua atividade salvífica. Havia uma expectativa solene nas preparações e realização de algumas festas e um júbilo constante em outras que levavam aos adoradores refletirem no alto preço a ser pago pela redenção. Dessa forma, certeza do amor de Deus e a vitória sobre o pecado e a morte eram garantidas. O simbolismo de cada festa era impressivo e claro, os grandes ensinamentos divinos eram transmitidos de pai para filho.


 

No primeiro mês judaico (março/abril do nosso calendário), aconteciam três festas: a dos Pães Asmos, das Primícias e a Páscoa. No outono (outubro/novembro), ocorriam as demais festas: o Pentecostes, as Trombetas, a Expiação e a Festa dos Tabernáculos. Tais festividades ocorriam em datas fixas e poderiam cair em qualquer dia da semana, eram santas convocações, feriados religiosos. Cada festa era considerada um sábado cerimonial, mesmo que não fosse o sétimo dia da semana (Levítico 23:32, 37 e 38).


 

A palavra Páscoa (no hebraico peshar) significa “passar por cima”. Era uma cerimônia que comemorava a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito. A Páscoa indicava a morte de Jesus, quando fomos libertos da escravidão do pecado (Mateus 26:26-28); da mesma forma que a morte não entrou na casa dos que colocaram o sangue no umbral da porta, também os que aceitavam o sacrifício de Cristo passam da morte para a vida (João 5:28-29).


 

Durante os sete dias dessa festividade, o fermento deveria ser totalmente excluído (Êxodo 12:15) das casas de Israel, uma vez que o fermento tornou-se símbolo da malícia, falsidade e pecado (I Coríntios 5:8). Os pães asmos representam a Jesus como o Pão da Vida, sem pecado, como os pães sem fermento. Assim como o pão alimenta, Cristo é o sustento daqueles que Nele creem.


 

No dia seguinte a este sábado cerimonial dos pães asmos, ou seja, o décimo sexto dia do primeiro mês (abib) do calendário judaico, os filhos de Israel levavam ao Santuário os primeiros frutos da colheita, num ato de consagração e gratidão, como reconhecimento de que tudo o que tinham era proveniente de Deus. As Primícias indicavam a ressurreição de Cristo como primícia dos que dormem (I Coríntios 15:23). Hoje, simbolizam também dedicar a Deus o primeiro lugar e tudo em nossa vida (Mateus 6:33).


 

O Pentecostes acontecia 50 dias depois da entrega dos molhos de cereais na Festa das Primícias. Eram levados dois pães de farinha assados e animais para serem sacrificados. A Festa de Pentecostes representava o envio do Espírito Santo após a ascenção de Cristo (Atos 2:1-4).


 

Era uma solene chamada de todo Israel para que se preparasse para encontrar-se com Deus. Anunciava-lhes que o Dia do Juízo (Dia da Expiação) de aproximava, apontando a necessidade de confissão e consagração. Hoje, representa um chamado ao juízo e o preparo para a volta de Cristo.


 

Era uma cerimônia de juízo na qual acontecia a purificação do santuário e a eliminação do pecado do meio do povo de Israel. Esse dia, representa o início do juízo investigativo que começou em 22 de outubro de 1884, quando Cristo entrou no Lugar Santíssimo para a purificação do Santuário Celestial (Daniel 8:14); (Esse tema será detalhado nos próximos estudos).


 

Esta era a última festa do ano quando os israelitas preparavam cabanas de palmeiras. Essa festa relembrava a peregrinação no deseto e demonstrava fé na direção de Deus em relação ao futuro. A Festa dos Tabernáculos apontava para a reunião do povo de Deus no reino celestial (Mateus 8:11).


 

Não podemos confundir os sete sábados cerimoniais das festas solenes que tiveram seu cumprimento na morte de Cristo com o sétimo dia da semana, o Sábado bíblico, presente no quarto mandamento da Lei de Deus (Êxodo 20:8-11), eterno memorial da criação. Os sábados cerimoniais perderam sua validade porque tiveram seu pleno cumprimento na vida e sacrifício de Cristo. Eram sombras que indicavam uma realidade superior (Colossenses 2:17).


 

Extraído de “Estudos Bíblicos: As Revelações do Santuário”